sábado, 27 de julho de 2013

"Fardo"







Olhe só no que nos metemos! Embutimos o prazer da presença, num acúmulo de conforto e desapego.
Pois então meu amo e Senhor, caça-te novo rumo de vida, nova sina, nova rima, novos amores...
Já esquecestes, pois, tanto gasto, já tanto trabalho terminado, tanto doado, tanto abraço, tanto fardo? Me diga meu amo e Senhor!
Cito então a musa, repito a rima já clichê do poeta delgado, enriqueço pois, a fala e repito alto a maldição que me assola... nome seu. Maldito seja!
Me afasto arrastado pra longe, almejando do meu canto fúnebre a volta, desejando de minha carne já morta o restauro, assim como sinto que não mais se importas se é vida ou morte...
Anjo recaído! Percebo os anseios de seu coração, sinto o moldar de suas fases, trocando de pele o rastejante hospedeiro desconhecido. Consuma-o! Não o perca de vista, não o deixe entrar e tomar espaço, por favor eu imploro louca alma vagante, mate-o enquanto ainda é fraco! Antes que me mate eu, de tão fraco...
 
 
 
 
Ayron B.


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