Cego voo eu, caminhando sobre o ar que leva faceiro o
cotidiano do viver. Corro de canto a canto do mar, nado sem rumo, sem prumo ou
pudor, nado sem canseira...
A vida tem sido um fluxo inconstante de êxtases homeopáticos,
de curtos períodos de um hemorrágico fluir do que vem de dentro e se eterniza
lá fora.
Calam-se os lábios então, do pobre coitado que clama por
cura, por abrigo, por um porto seguro...
Viver já não é como costumava ser. Solicita-se então
curriculum vitae, histórico escolar, exame de DNA, para comprovar a aptidão do
desesperado para se manter sobre a superfície.
A morte então já não parece tão ruim aos olhos do desgraçado
já desertor, a ponto de abandonar a si próprio, a seu eu, seu ego, sua raça.
Canto então, alegremente , rejubilo-me ao recordar, que
existe mais, muito mais a esperar, por uma pobre alma, já vazia e tão cansada,
da batalha que é existir e continuar...
Ayron B.
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