domingo, 22 de outubro de 2017

"Homem dos sonhos"



Pois se paro a pensar sobre o homem dos sonhos,
Mal reconheço os anseios de meu coração
Hoje não quero mais nada dele ou de qualquer outro,
A não ser o prazer de me tirar da solidão.

Se me pego agindo como tolo por amor,
Rejeito por imediato as desgraças que isso traz
mesmo tendo eu permitido, escolhido a dor
Queria eu ser forte para não te desejar mais.

Minha guerra não é contra o amor que ecoa em meu peito
Minha guerra é contra a certeza de nunca ter o que lhe dedico,
Retribuído com desvelo,
Por sequer um dos amores tão queridos.

A infelicidade maior é saber que se pode ter tanto
Quando não se é necessário nada para sorrir
Basta me amar de perto e constante,
Até o fim da eternidade se cumprir.



Ayron B.

"O Cancioneiro"



Me encantam as memórias de nosso tempo
Tempo velho e morto, que carrego nos átrios do coração
Eras belo passageiro, eras sedutor cancioneiro,
Que à vante me tocava ao me embalar.

Por pouco não fizeste me matar
Quase me deixo levar pelo pudor de seu galanteio
Se não fosse eu tão cabreiro,
A essa altura me entregava ao mar.

Se tu me amas como diz a canção,
Te aconchega e pensa em nada
Me acalente com perfume seu e me ampara
Não deixa o suspense maltratar.

Quanto mais penso, mais te esqueço
Te desejo a morte e a conheço
Te desonro e desfeiteio
Me faço de tolo para te amar.



Ayron B.