O que são todas essas palavras
que a tempos ouço, sem traduzir sentido algum? De que tipo são os vocábulos
inexplicados regurgitados indefinidamente, causando som estrondoso de dor?
Cala-te pobre alma! Emudece-te pobre espírito drogado, divinamente fadado ao
luto eterno...
Quem ouço vindo de longe, com
contos antigos, já recém-diagnosticados incertos? Quem mudamente canta a
mandinga xamânica, tecendo com língua afiada, cordéis de mentira plena, as não
verdades mal ditas?
Cala-te ó cipó de aroeira! Larga
o lombo do pobre coitado. Não açoite com lástimas e mágoas quem lhe deu perdão.
Excomunga então, liberta, alforria!!!
Mendigando então ainda vou, por
palavras afortunadas, de brilho barato e sintético, cedidas por lábios enriquecidos,
antes por mim merecidos, frutos de tão grande amor...
Ayron B.